o menino se joga do rio
cai em cima da ponte
molha a pista
.
um atrás do outro
carros atropelam com fluidez
lhe acertam um maço de cigarros
amaçado
parece que queriam acertar o rio
o sol evapora sua pele
já sente falta da corrente
a wida é outra fora do denso
.
duas outras crianças se juntam a ele
pulam corda
pulam em cima dele
espirram suas partes
nunca havia brincado assim
a ponte parecia tão
através da capa da água
redeseja o fluxo do rio
.
um menino cai no rio
(a ponte traiçoeira)
também não aguenta o baque
os olhos são sempre miragem
wida
cruzadas por acaso
poema escrito quando
o garoto peixe se afogou na ponte de asfalto
e no mesmo dia
um outro garoto se afogou no rio abaixo
tragédias cruzadas formam poesia
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