domingo, 12 de agosto de 2018

quarta feira


saio de casa silêncio nas ruas
nem carro nem piu
o sol assalaria as costas
“onde estão todos?”
uma placa pergunta
.
caminho até o final do dia e nada
sinto a wida esquisita mas leal
durante a caminhada um carnaval forma dentro de mim
intenso o quarto dia chega e descanso
durmo num cruzamento violento e perigoso
sonho com as ondas que vão recuando até mostrar
oco do mar o buraco é minha casa
ando com agua nos calcanhares
tudo é tão lento aqui
.
acordo com buzinas e gritos
o cruzamento é realmente perigoso e violento
as pessoas e os carros avançam sobre mim
estou atrapalhando tudo em silêncio
quieto derreto o que tenho de matéria
e alivio a passagem da wida
.
no chão sobram duas gotas de suor
que logo evaporam com o dia
as pessoas gritam
os carros gritam
o chão grita
o sol assalaria
parecem me chamar
mas não existo mais




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