quinta-feira, 26 de março de 2015

a pele, que hábito

"escrevo sem dom
pra quem quero
passos de gato
sem deixar vestígios.

escrevo escuro
minha mão amante
separa o limo da pele.

inscrevo
escrito
periódico
as coisas que balançam têm vida.

o tramo 
sem folhas sem linha
corro
os passos são céus.

quem me observa?
3 olhos
quem me tateia?
indi_fere alcança.

escrevo sem parar
à alguém se há.

o corpo baqueia
pede missa
trabalho escravo
de tanta gente de ninguém.

escrevo, de quem falo
abre o ventre
inscrita
tonteia

vai ser difícil sair de mim
com tanto corpo carne à frente
a resistência é um tempo sombra
desaparece quando sai.

um vez mais escrevo
sozinho parado dentro de mim
um desenho bambolê permanece
a vida_agora."

Nenhum comentário:

Postar um comentário