"escrevo sem dom
pra quem quero
passos de gato
sem deixar vestígios.
escrevo escuro
minha mão amante
separa o limo da pele.
inscrevo
escrito
periódico
as coisas que balançam têm vida.
o tramo
sem folhas sem linha
corro
os passos são céus.
quem me observa?
3 olhos
quem me tateia?
indi_fere alcança.
escrevo sem parar
à alguém se há.
o corpo baqueia
pede missa
trabalho escravo
de tanta gente de ninguém.
escrevo, de quem falo
abre o ventre
inscrita
tonteia
vai ser difícil sair de mim
com tanto corpo carne à frente
a resistência é um tempo sombra
desaparece quando sai.
um vez mais escrevo
sozinho parado dentro de mim
um desenho bambolê permanece
a vida_agora."
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