segunda-feira, 30 de março de 2015

um amigo meu que nunca vi


O pensamento não utiliza as palavras, não procura nunca as palavras, são as palavras que procuram, que vão no encalço do pensamento. Nós nos despojamos das palavras ao falar. Aquele que fala, aquele que escreve, é alguém que joga sua palavras com pedras divinatórias, como dados lançados. Ele não escolhe as palavras para se exprimir e porque teria algo a dizer, ele leva cada palavra a seu ouvido para ouvir. Nós ouvimos dentro das palavras as coisas em suspenso, o mundo em suspenso nos nossos lábios, o instante falado, toda a matéria, todo o universo suspensos no instante das falas.

Novarina (Diante da Palavra)

sábado, 28 de março de 2015

santa rita durão

"a chuva chegou aqui

e fechou os meus olhos"

quinta-feira, 26 de março de 2015

a pele, que hábito

"escrevo sem dom
pra quem quero
passos de gato
sem deixar vestígios.

escrevo escuro
minha mão amante
separa o limo da pele.

inscrevo
escrito
periódico
as coisas que balançam têm vida.

o tramo 
sem folhas sem linha
corro
os passos são céus.

quem me observa?
3 olhos
quem me tateia?
indi_fere alcança.

escrevo sem parar
à alguém se há.

o corpo baqueia
pede missa
trabalho escravo
de tanta gente de ninguém.

escrevo, de quem falo
abre o ventre
inscrita
tonteia

vai ser difícil sair de mim
com tanto corpo carne à frente
a resistência é um tempo sombra
desaparece quando sai.

um vez mais escrevo
sozinho parado dentro de mim
um desenho bambolê permanece
a vida_agora."

quarta-feira, 25 de março de 2015

toóti #54

"não entendo as distancias
e nem elas a elas mesmo.
vontade de morde-la na pontinha
onde o tempo emaranha 
e esquece de dormir longo"

quinta-feira, 19 de março de 2015

don´t cry

 " montanha
em um fino papel mantega
       queimado na ponta 
                          alta

atras,
          transparente
seu rosto sorri,
      balanços vazios
o vento corta o papel
              e me toca o rosto."

segunda-feira, 16 de março de 2015

la em baixo a rua faz sentido pra alguem

panelas,                                                            buzinas
cassarolas                                                          cozidos
                                                                           molho e toalha
ampolas    
e muralhas                                           

                                                  alguem parou de frente de dentro de mim
         
                    ˜animais furiosos˜



                                           agora vou ao mercado
                                          pois a rua esta livre
                                              sem rumo
                                                                  os animais furiosos.

aquele dia

"aquele dia você me disse que estava apaixonando
e eu não tinha nada com você
nada assim brincos, cuecas e papéis assinados.
fiquei sentido,
meio assim
pássaros, azul e bicicletas na descida"


deus com k

"as fábricas jorram chaminés,
o céu tenro e areado,
pré vazio.
brasiguayos hipnogamáticos:
-oh, a que devo essa ilustre presença,
fim de tarde de carne?
entregue na grama
facho laranja
prazer parece querer nascer.

sou tokyo,
todo tokyo,
minha lingua é russa
e a tarde é nossa,
dilatado centenário
cor brinco ração.
que a síria seja ali fora."

ps. talvez a gasolina não dê!

sábado, 14 de março de 2015

sexta-feira, 13 de março de 2015

poésis pós humanidade #3


intruso de mim
o que eu quero?

ter cheiro de arvore
acordar e lembrar
ficar vazio.

a paz agora intocável.

quarta-feira, 11 de março de 2015

charrirous dos anos 90


coisa de louco II esses caras

segunda-feira, 9 de março de 2015

filho de mim, saia suja arrasta perna no chão

5 6 43  fli 9

458 9  dmM IJDU mi dnow7

d TUU dlnto qw8 98 nodi

p    ERIU nndç 89 HDI eu48

87 6 -   654 &diin  ngoodkne

toóti #64

"estado instaurado
violência lenta 5 min
o corpo obedece aos pedágios da alma
costas fogo sonho
nunca esquecer coração

estava dormindo para te ver rindo
e acordei só amanhã"

domingo, 8 de março de 2015

right nau



"fui embora no lombo do cavalo, nas costa de meu pai"

quinta-feira, 5 de março de 2015

pra janta

https://www.youtube.com/watch?v=5Brb0v1QZsM

a la carte


"três dias sem você. é hora de ligar o corpo no tranco"

quarta-feira, 4 de março de 2015

do caderno #8


morrendo hoje pela manhã,
meus olhos arderam tranquilas.

domingo, 1 de março de 2015

dentro do onibus, de volta pra casa

tudo  acaba
mesmo quando todo mar bate
risca divisas
cheias de gente que se t(r)ocam

tudo acaba
mesmo quando o ultimo infeliz
perder um dente
no lábio da amada

tudo acaba
seja ontem olhos ardem
testemunhas de um feito
chão chafariz bobo

tudo acaba
no mais feroz bicho
que dorme sem filho

tudo quem acaba
somos o duro céu
peito nós cobalto da lua
sem fim hoje

tudo tudo acaba
e não é bobagem
lindo pastagem rubi
uma gota viaja
sem dor no chão acaba