segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

epitáfio feliz

"só a pontinha dura"

"grama tem outra cor"

"o homem da motocicleta nunca mais foi embora"

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

conto de fadas


caraoquê #49

"um pedaço do corpo jogo no chão
é quente

vivendo em volta do nanquim
sou um rabisco de gente

parece que minha metade mulher
se foi na  chuva"

domingo, 15 de fevereiro de 2015

agora mesmo

não sou seu

nem a mimesmo pertenço

que escolha temos?

a não ser divisarmos a abertura do outro

sábado, 14 de fevereiro de 2015

gostar de gostar

[sob minha religiosidade]

"colchão é deus e essa matéria informe e vibrante que nos envolve é a kama"



ps. pantorrilhas em choque

haikai de ninguem

"no final do seu corpo, meu pé, parado.
café da manhã vazia
a chuva nunca produziu tanta felicidade"


ps. desenhando com que sai de dentro do corpo

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

toóti #45 + lola

"olhando nos olhos, 
o erro é um passo profundo"

(caderno  todo pintado informe. um desenho no meio, limpo, simples e um ponto rabiscado vermelho na testa)

"magia desconexa do livre, controle histórico irregular"

PS- muita nevoa no lugar. ve-se dois corpos. poucos movimentos. sala vazia, cheia de nevoa. foco caminhando, encontra uma placa.






INSEGURO, CAMINHANDO PRO AMOR SOLITÁRIO

domingo, 8 de fevereiro de 2015

genes militares

"vamos para as ruas, escutar os cavalos deslizarem suas patas pelas avenidas!"

coronel Trotman, 
esbravejando aos seus soldados,
 depois de um lampejo de pura luz

amigos escritores #6

"admitamos: essa não é uma tarefa fácil. esse novo homem que nasce ao nosso redor e em nosso próprio interior de fato carece de mãos. ele não lida mais com as coisas, e por isso não se pode mais falar de suas ações concretas, de sua práxis ou mesmo de seu trabalho. o que lhe resta das mãos são apenas as pontas dos dedos, que pressionam o teclado para operar com símbolos. o novo homem não é mais uma pessoa de ações concretas, mas sim um performer: homo ludens, e não homo faber. para ele, a vida deixou de ser um drama e passou a ser um espetáculo. não se trata mais de ações, e sim de sensações. o novo homem não quer ter ou fazer, ele  quer vivenciar. ele deseja experimentar, conhecer e, sobretudo, desfrutar. por não estar interessado nas coisas, ele não tem problemas. em lugar de problemas, tem programas. e mesmo assim continua sendo um homem: vai morrer e sabe disso. nós morremos de coisas como problemas insolúveis, e ele morre de não-coisas (inapalpáveis e inapreensíveis) como programas errados. essas reflexões permitem que nos aproximemos dele. a irrupção da não-coisa em nosso mundo consiste numa guinada radical, que não atingirá a disposição básica da existência humana, o ser para a morte. seja a morte considerada como  a ultima coisa ou como uma não-coisa."

trecho do capitulo a não coisa (1) de O Mundo Codificado / Vilém Flusser

antes do toque matinal

hoje vou assim
vestido com as melhores casacas
curto de palavras, mas bem maneiro
encostando nos andaimes
fazendo a sombra friccionar.

(tocar-la)
faber informa

organizado dentro de mim
colagem:cintiaribas

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

homenagem a rotina

uma curva de rua
dois gatos novos escalando o sofá
sono de criança no quarto

rotina, genia e rustica

um quadro no chão
tannat
o forno só funciona no fundo

à rotina, mestra e informa (always)

a rua sempre sozinha
um clássico de futebol
24 horas de olhos purinho abertos

rotina, vejo a lua com chuva
me dedicque um tempo?
um emirado na minha sopa

rotina em vida, a famosa curva de rio

amanhã cedo não sei
amanhã bem sedo
rotina

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

inalcançavel #68

                                     lua,                                   distante presença.


O



séu

quebra cabeça # 4

ferro

noite

vermelho 


ps.quatro garrafas cheias de água com talos de rosa rosa vermelha